quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poema à Mãe




No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,

que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...


Eugénio de Andrade

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa,
Tem muito que saber,
E digo com certeza,
Que muito vou aprender.

Aprendi o abecedário,
Até a composição,
Sei escrever num diário,
E fazer a acentuação.

Classes e subclasses dos nomes,
Aprendi já este ano,
Também aprendi os pronomes,
Agora nunca me engano!

Distingo vários tipos de palavras:
Homógrafas, homófonas, homónimas,
E com mais dificuldade,
Identifico também as parónimas.

Há já muito tempo,
Aprendi os adjectivos,
Mas continuo a estudar,
Pois saem nos testes sumativos.


Joana Figueiredo 7ºB nº11