sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Natal

Meu querido Jesus:
Aqui estou neste sítio pobre
Nesta rua fria
Com as árvores vermelhas
A anunciar a tua chegada.
Os anjinhos de estrelas
Que vieram a meu lado
Quando eu estava sentado naquela rocha
Disseram-me que não chorasse
Porque teria umas calças vermelhas
E uma camisola de lã branca.
Mas só tenho os pés roxos
Os dedos não os sinto.
Se me deixasses uma caixa de fósforos
Para me aquecer
Ou me levasses nos braços para o céu
Como se fosse um farrapo de neve
Essa era a minha melhor prenda de Natal.

Vítor Moreira - nove anos
In: Maria Rosa Colaço, A Criança e a Vida

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Outono

Os alunos do 7ºF produziram alguns textos acerca do Outono.


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Alexandra Moura

Alícia Silva

Cláudia Pinho

Liliana Pinto

Luíza

Carla Marques

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Estámos de volta

Mais um ano lectivo a começar! Os nossos alunos já estão a trabalhar imenso! Os alunos do 8º ano produziram «A Magia da Escola de A a Z».

A

Amuleto - É o objecto precioso que necessitámos para a Escola.

B

Branca - É a magia do saber. A inteligência é a maioria das vezes a nossa varinha de condão.

C

Condão - É a virtude e a qualidade especial que precisámos.

D

Demónios - É o que não é preciso ter numa Escola. Quem os poderá fazer desaparecer?

E

Energia - A capacidade a ter perante os estudos.

F

Fada - Figura especial com poderes mágicos. Será que existe?

G

Genial - Pessoa excelente e fantástica. Poderá vir a ser um génio?

H

Halloween - Dia das Bruxas. Será que existem mesmo?

I

Intelectual - Alguém com a capacidade racional. Será uma pessoa inteligente?

J

Júbilo - Alegria e contentamento quando realizamos algo de especial.

L


Lobisomem - Homem que se transforma em lobo e que vagueia de noite. Será mesmo verdade?

M

Mau-Olhado - é um feitiço provocado pelos olhares de certas pessoas. Com que objectivo?

N

Negra - É a magia do teste. O estudo nem sempre é varinha de condão suficiente.

O

Ódio - é um sentimento de antipatia e raiva de alguém. Porque será?

P

Poderoso - Pessoa com bastantes poderes fortes sobre outra.

Q

Quotidiano - É o que fazemos no nosso dia-a-dia.

R

Recear - Sentir medo do que nos possa acontecer. O que poderá ser?

S

Solitário - Nem sempre gostamos de estar acompanhados.

T

Truques - Fazer algo de especial. Será magia?

U

Único - Pessoa especial, que não tem igual.

V

Varinha - É usada para realizar encantamentos e magia.

X

Xadrez - É o clube que faz falta à Escola. Quem o faz aparecer?

Z

Zombie - Morto-vivo, que assustador.

Cláudia Sousa

Nº7 8ºA

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Poetas no 7ºA

Na sequência do estudo da canção «Voar» de Tim & Rui Veloso, os alunos do 7ºA foram convidados a escrever uma quadra em que tinham obrigatoriamente de usar as palavras voar e sonhar.


Acredito em ti

Tu que me fazes voar

Faz disto minha vida

Algo, para além de sonhar

Ana Isabel

Sem tempo para sonhar

Nada me resta

Sem sentir as palavras voar

A vida já não presta!

Catarina Rocha

Estou a crescer

Deixei de sonhar

Por favor, faz-me poder,

Voltar a sentir, voltar a viver, voltar a voar...

Ana Beatriz

Eu estava a sonhar

Que estava ao luar

Como uma gaivota a voar

E em ti estava a pensar!

Rui Jorge

A amizade é sonhar

Num mundo imaginado

Querer voar e voltar

Num mundo para sempre sonhado

Cláudia Sousa

Gostava de sonhar

E poder ver

Gostava de voar

E não poder

Fabiana

Criança que é criança sabe sonhar

Criança feliz sabe sorrir

A criança sabe voar

Mas não consegue mentir

Andreia Costa

Passo a vida a sonhar,

Tenho muito para aprender,

Mas gostava de voar,

Há tanta coisa para ver!

Jéssica Castro

Gostava de voar

Até à Lua

Gostava de sonhar

Atrás da rua

Telmo

Gostava de saber voar

E novas coisas ver

Não deixar de sonhar

Tenho muito que aprender

Ana Castro

Um dia tive vontade de voar

Mas o mundo não deixou

Tive que sonhar

Mas o sonho que tive acabou

Jéssica Neves

Se conseguisse voar

Tudo isto não passava de um sonho

Contento-me ao sonhar

Pois na realidade tudo é medonho

Catarina Pires

Dá-me asas para voar

Pois, para crescer, dominar

Não basta sonhar

Para os sonhos alcançar

Ana Isabel

Nunca deixem de sonhar, de acreditar nos vossos sonhos... porque «É acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar» by Anatole France

sábado, 12 de junho de 2010

O Principezinho Tirano

Num reino longínquo, uma rainha desesperava-se por não ter filhos.
– Temos de ter um! Temos de ter um! – gemia o rei. – Para quem ficará este soberbo reino que me deixou o meu pai, que o recebeu do seu pai, e assim sucessivamente, até à criação do primeiro pai sobre a Terra? A quem entregarei a minha coroa, quando os meus ossos se tornarem velhos e quebradiços, quando estiver cheio de cabelos brancos e tolhido de reumatismo?
– Que quadro tão terrível da velhice me está a pintar, meu amigo! – exclamou a rainha,que também não tinha vontade nenhuma de envelhecer sem filhos.
– Mas não deixa de ter razão: precisamos de ter uma criança.
A rainha consultou todos os manuais e os médicos mais poderosos e mais sábios. Por fim, graças a um deles, um bebé começou a mexer-se no seu ventre e depois a crescer, tranquilamente, em lindos lençóis.
– Cuidado! – preveniu-os o médico. – Este principezinho será o vosso tesouro, mas não lhe dêem mimo demais. Não tenham pressa em fazer dele um pequeno rei.
No entanto, mal o médico virou costas, a rainha pegou logo no pequeno príncipe e começou a enchê-lo de mimos.
– Tu és o meu reizinho, o meu único rei, e os teus desejos são ordens.
Esta frase não caiu em saco roto. Meteram numa redoma aquela criança infinitamente preciosa e, todas as manhãs, uma criada diplomada levava-lhe biberões de leite de burra e mel de abelhas raras. Dormia num colchão de pétalas de rosa colhidas na Abissínia às cinco horas da manhã, e em lençóis bordados a ouro. Para o servirem, uma dúzia de criadas corriam de um lado para o outro e dormiam a seus pés. Estava protegido de tudo: da mais leve brisa, do menor sopro, da mais pequena nuvem… Para o aquecerem, tinham construído um sol artificial, que não queimava a pele, mas que fornecia vitamina D. Foi assim que ele cresceu, tranquilamente, em silêncio, e cheio de tirania, porque os seus desejos eram ordens e esta frase não tinha caído em saco roto.
No dia em que completou sete anos, pareceu conveniente aos pais tirar aquela criança adorada da sua redoma de vidro.
– Meu pequerruchinho, agora já és grande!
– Não sou pequerruchinho nenhum. – disse o príncipe com desdém. – E se quer beijar-me, autorizo-a a que me beije os pés. É quanto basta.
Depois, dirigiu-se ao pai nestes termos:
– Eh, ó rei velhote, passa para cá a tua coroa!
O velho rei entregou-lhe a coroa sem dizer uma palavra, porque nunca havia dito “não” ao principezinho, nem quando ele tinha um dia, nem quando ele tinha três meses. Como proibi-lo então de alguma coisa aos sete anos de idade? E foi assim que o principezinho se transformou em rei. Um rei tirano de sete anos e alguns dias. Mandou cortar todas as árvores, porque lhe tinha caído uma ameixa na cabeça; mandou estrangular os tentilhões um a um, porque cantavam de manhã muito cedo; mandou prender a rainha sua mãe no 749º andar da mais alta das suas torres, porque ela se tinha atrevido a mandá-lo fazer os seus deveres reais. É o que por vezes acontece quando se é criado numa redoma. O pior é que, apesar dos seus caprichos, ele tinha sempre um rosto infeliz e gritava:
– Sinto-me sozinho!! Estou triste!! Ninguém gosta de mim!!
Quando viu aquele cortejo de disparates, uma violenta cólera apoderou-se do velho rei sem manto e sem coroa. Uma cólera que parecia um mar enraivecido.
– Anda cá, meu patife! – ralhou com voz grossa. – Que sorte a minha, ter de aturar um garoto tão mal educado! – o que era um verdadeiro rosário de palavrões para um rei tão bem educado como ele. E continuou:
– Anda cá, que vais levar um bofetão, um tabefe, uma palmada no traseiro. Ainda não apanhaste que chegasse, na tua vida!
A rainha, embora fechada no 749º andar, ouviu os gritos e desmaiou na sua torre. “Seremos condenados à morte”, pensava. “Seremos lançados do alto da torre.” Mas não foi o que aconteceu. Muito sensatamente, o pequeno rei devolveu a coroa ao pai, murmurando:
– Perdão, papá.
O velho rei recuperou a coroa, o trono e o poder. Libertou a mulher e disse-lhe:
– Quando se entrega cedo demais a coroa a um pequeno príncipe, pode-se fazer dele um tirano insuportável! Bem que o médico nos avisou, minha querida!
E a vida continuou como antes. Com um pouco mais de ordem, de civismo. Quem era o mais feliz? O principezinho. Com o pai, aprendeu a jogar ao berlinde e a rir-se com as histórias divertidas que ele contava.
– Ah! – dizia ele. – Como é bom ser criança, não pensar em nada de muito sério e passar o tempo a brincar!
Sophie Carquain
Petites histoires pour devenir grand
Paris, Albin Michel, 2003
(tradução e adaptação)
Esta é mais uma das histórias para "aprender a crescer"! Agradecemos os vossos comentários acerca da mesma. Se gostaram ou não, porquê?

sábado, 5 de junho de 2010

As palavras cor-de-rosa e as palavras cinzentas

Um dia, sem se saber muito bem porquê, tudo aconteceu de repente: as palavras cor-de-rosa desapareceram do planeta. O que são palavras cor-de-rosa? São palavras delicadas, como Obrigado, Faça favor, Se não se importa, És tão importante para mim. Palavras tão doces que são como mel no coração.
Seria obra do Mago Cinzento, que só gostava do salgado, do picante e do amargo? Não… Eram os homens que, vá lá saber-se porquê, preferiam as palavras picantes, amargas e salgadas.
Naquela época, existiam na Terra lojas de palavras cor-de-rosa e lojas de palavras cinzentas. Os vendedores de palavras cor-de-rosa vendiam Amo-te, Penso em ti, Muito Obrigado, Se faz favor… Os vendedores de palavras cinzentas vendiam sobretudo Cabeça de alho chocho, Não me chateies, Cala o bico…
A princípio, comprava-se muito mais palavras cor-de-rosa do que palavras cinzentas. Os vendedores de palavras cor-de-rosa faziam bons negócios, e um perfume doce envolvia a Terra. Os vendedores de palavras cinzentas passavam os dias à espera, porque só tinham clientes uma ou duas vezes por ano, por alturas de grandes zangas.
No entanto, um dia, os homens puseram-se estranhamente a comprar palavras cinzentas. Havia uma crise de emprego, uma greve de corações. Os patrões compravam muitos Vá pregar a outra freguesia, Está bem arranjado, homem, Obrigado pelos seus serviços mas está despedido. Havia guerras entre famílias, divórcios, casais que já não se entendiam. Invejas entre irmãos, zangas… Comprava-se vários Já não gosto de ti, Acabou tudo. Nas lojas de palavras cor-de- rosa, muitos Obrigado, Por favor, Gosto de ti, ficavam por vender.
— Para o diabo com as palavras doces — diziam os homens. — São caras e não trazem nenhum benefício.
Os vendedores de palavras cor-de-rosa, desolados, já não sabiam onde as armazenar.
As lojas cor-de-rosa fechavam umas atrás das outras. Passa-se, Fechado por morte do proprietário, Liquidação total, Quinze palavras cor-de-rosa pelo preço de uma. Mas, mesmo a preços módicos, elas não atraíam ninguém. As lojas de palavras cinzentas, essas sim, prosperavam. Porque, e isso é bem conhecido, as palavras feias são contagiosas. Se no recreio te lembrares de lançar uma, receberás dez em troca! Abriram-se mesmo lojas especializadas em palavras feias, risos grosseiros, insultos horríveis. E os vendedores cinzentos trabalhavam dia e noite para descobrirem jóias raras, as palavras mais horríveis e mais maldosas!
Como receavam ficar sem provisões, como costuma acontecer em tempo de guerra, as pessoas começaram a fazer conservas de palavras cinzentas. Congelaram-nas às dúzias, empilharam-nas nos armários da cozinha, nos guarda-fatos, debaixo das camas.
E, upa, ao menor atrito, ao mais pequeno gracejo, à mais insignificante discussão, ia-se à reserva: Cala o bico, Vai ver se chove, És um atraso de vida, Ó gordefas, e assim por adiante!
Os aniversários tinham lugar no meio dos piores insultos. Cantarolava-se Infeliz aniversário, infeliz aniversário, lançando-se uma bomba de palavras feias no meio da festa. Entre os adultos, para se festejar a passagem do ano, comia-se as passas e bebia-se sumo de peúgas pretas, no meio de gracejos do género:
— Desejo-te um ano péssimo… e, principalmente, muito pouca saúde!
E, quando se abriam as prendas, era um concerto de gemidos:
— Que feio! Como é que tiveste uma ideia tão má? É, de facto, o presente que eu menos queria receber!
Antes das aulas, as crianças corriam para as lojas cinzentas e enchiam os bolsos de palavras feias para a hora do recreio. Antes das férias, os adultos também lá iam, para encherem as malas de palavras cinzentas, de piadas estúpidas, que atiravam pela janela na auto- estrada, entre as sandes e o café, durante os engarrafamentos: Ó aselha, vai mas é plantar batatas!
À face da Terra, a atmosfera era glacial. O Sol, que tem medo das grosserias e dos arraiais de pancada, recusava-se agora a brilhar. Lembrava-se de outros tempos, em que era acolhido de braços abertos:
— Está bom tempo! Que maravilha! Obrigado, amigo Sol… Oh, meu Deus, como gosto do Sol…
Em vez disso, ouvia-se agora:
— Que calor horrível! Bolas! Kêkalôr!
Então as nuvens invadiram o céu, e a terra mergulhou num período glacial. Toda a gente tinha frio. As pessoas recusavam-se a despir-se, já não faziam festas umas às outras, já não nasciam bebés. A Terra estava tão triste, sem flores nem palavras cor-de-rosa!
No entanto, algures no mundo, um rapazinho não queria habituar-se às palavras cinzentas. Talvez por, no seu bolso, ter ficado uma palavra cor-de-rosa meio gelada. “Eu”, dizia Pedro, “não quero um mundo onde mais ninguém canta; onde não se diz bom dia, nem obrigado, onde há sempre tanto frio. Vou ver se encontro o Sol.” O rapazinho caminhou durante muito tempo, escalou colinas geladas, pequenas e grandes montanhas, vulcões extintos. Por fim, ao cabo de meses e meses de árdua caminhada, chegou exausto e transido à casa das nuvens.
— Toc, toc — bateu. — Venho à procura do Sol.
— Oh, oh! — exclamou a nuvem-chefe, que se tinha apoderado do céu cinzento. — Olhem só para isto… Um fedelho ridículo que vem à procura do senhor Sol! O Sol não aparece a ninguém! Desde que as palavras cinzentas tomaram o poder, somos nós, as nuvens pardacentas, que somos os chefes.
Dito isto, virou as costas e fechou-lhe a porta na cara.
O rapazinho sentou-se, confuso. Como responder? Não trazia no bolso uma única palavra cinzenta. Então, começou a chorar. A nuvem olhou para ele surpreendida: já há muito tempo que não via ninguém chorar! Naquele universo glacial, todos os olhos estavam gelados, todos os corações estavam frios.
— Pára com isso imediatamente! — gemeu a nuvem. — Se não, vou fazer cair um aguaceiro. (Porque as nuvens têm habitualmente a lágrima ao canto do olho.)
Finalmente comovida, tomou, lá no íntimo, a decisão de o ajudar.
— Olha — disse-lhe. — Aquela bolinha amarela ali em baixo é o Sol.
Pedro abriu os olhos e viu de facto uma bola de bilhar perdida na imensidão do azul: era o Sol, que estava a desaparecer por causa dos maus-tratos.
Já no limite das forças, o rapazinho caminhou em direcção da pequena bola amarela.
— Bom dia — cumprimentou. — Vim buscar-te. Tudo se tornou cinzento na Terra. Temos frio, sentimo-nos mal. Nunca nos rimos, nunca dizemos palavras delicadas. Tens de voltar.
E o Sol e o rapazinho começaram ambos a suspirar, pensando naquela “época cor-de-rosa”.
— Tens de voltar — insistiu Pedro.
— Vou, a título de experiência — resmungou o Sol. — Mas atira primeiro para a Terra estas palavras cor-de-rosa. Assim, o meu regresso será mais agradável.
O Sol deu ao menino um conjunto de palavras cor-de-rosa: Por favor, É simpático da tua parte, Muito obrigado, Gosto muito de ti, Amor da minha vida, Se não se importa, etc. O rapazinho meteu-as nos bolsos, na boca, no boné, nas meias, em todo o lado. Todas as que ele conseguisse levar.
Regressou à Terra e distribuiu-as ao acaso.
De repente, nos engarrafamentos, as pessoas começaram a desdobrar os papelinhos cor-de-rosa: Faz favor de passar, Que tempo tão bonito, não acha?, Pode ir à minha frente, não tenho pressa nenhuma…
Nos recreios, começaram a ouvir-se novamente risos simpáticos e palavras como És o meu melhor amigo, Claro que podes entrar no jogo…
Em casa, as crianças voltaram a usar palavras cor-de-rosa: Obrigada, mamã, Por favor, Desculpa, não fiz de propósito…
Nos aniversários, cantava-se alegremente e, nas festas da passagem do ano, formulava-se votos de felicidade e de saúde.
O Sol voltou a brilhar e a deitar-se todas as noites na sua nuvem cor-de-rosa. E, juro-te, os vendedores de palavras cor-de-rosa começaram a fazer fortuna! Abriram-se mesmo outras lojas especializadas em sorrisos, em suspiros de satisfação, em delicadeza, em cortesia, em civismo… Foi como mel no coração.
Quanto às palavras cinzentas, decidiram, diante de tanta felicidade, desarvorar com quantas patas cinzentas e peludas tinham. E, quando alguma se lembrava de vir meter o nariz, garanto-vos que não ficava por muito tempo.


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terça-feira, 25 de maio de 2010

Visita de estudo

A peça foi realmente um desastre,
Quando realmente foi magnífica,
Mas o que faria eu
Se não mais do que concordar
Com ele, Almeida Garrett.
Quando se dizem coisas,
Sem querer,
Sentimos sem pensar
E quando é melhor
Mentirmos
Para não nos esforçarmos
Quando tudo desabar.

Rita Silva nº18 8ºA



No dia 9 de Maio, os alunos do 8º ano da nossa escola tiveram a oportunidade de assistir à peça “Falar a Verdade a Mentir”. O texto da autoria de Almeida Garrett foi estudado na disciplina de Língua Portuguesa, tendo sido representado pelo grupo “O Sonho”.
Tivemos de esperar alguns minutos e juntamente com turmas de outras escolas, todos tivemos o privilégio de assistir a esta peça.
A entrada foi realizada ordenadamente. Quando já todos estavam confortáveis e prontos para assistir à peça, o encenador fez as “honras da casa”, neste caso do teatro, e deu-nos algumas indicações e recomendações para que o espectáculo decorresse da melhor forma possível.
Por fim e sem mais demoras, a peça começou. Durante todo o espectáculo pudemos observar que a peça tinha sofrido pequenas alterações de modo a que, no seu decorrer, fosse possível uma maior interacção com o público. Foi de tal maneira forte que um aluno teve o privilégio (ou não) de contracenar com uma das personagens. Enfim, tudo correu da melhor maneira e no final os actores receberam fortes e merecidos aplausos pelas suas interpretações que foram comoventes e cativantes para todos os presentes.
Uma grande peça, e uma manhã bem passada.






domingo, 2 de maio de 2010

Poemas de alunos para o dia da Mãe

Amo-te porque …

Foste tu que me criaste
Foste tu que me mimaste
Foste tu que me apoiaste
E porque…
Foste sempre tu que me amaste!



Sofreste para me ter
E o que mais querias era ver-me nascer
Quando nasci vinha a chorar
Mas nunca deixaste de me amar
Deste-me educação
E eu retribui com paixão
És uma mãe presente
E agora estou dependente…
DE TI !



Para quê tentar descrever,
Se nunca o vamos conseguir fazer?
A palavra mãe é única
E existe tanta coisa para a promover
Mas só sabemos o que é quando o sentimos!
E às vezes até mentimos
Dizemos para nós mesmos,
que um dia…
Seremos a melhor mãe do mundo,
Mas isso é impossível porque...
A melhor ÉS TU!

Ana Carvalho e Vanessa Perreira 8ºB
Ter uma mãe é ter protecção,
Desde que tenha bom coração.

Ter uma mãe é maravilhoso,
Porque temos um bem precioso.

Ter uma mãe é ter amor,
Porque está sempre ao nosso dispor.

Ter uma mãe é ter felicidade,
Porque além de amor, dás-nos amizade.

Diana nº6 8ºB



Com um simples olhar,
tu entendes-me.
O teu perfume
nunca esquecerei
Unidas sempre seremos
Contigo sempre ficarei!

Margarida nº3 8ºB

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poema à Mãe




No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,

que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...


Eugénio de Andrade

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa,
Tem muito que saber,
E digo com certeza,
Que muito vou aprender.

Aprendi o abecedário,
Até a composição,
Sei escrever num diário,
E fazer a acentuação.

Classes e subclasses dos nomes,
Aprendi já este ano,
Também aprendi os pronomes,
Agora nunca me engano!

Distingo vários tipos de palavras:
Homógrafas, homófonas, homónimas,
E com mais dificuldade,
Identifico também as parónimas.

Há já muito tempo,
Aprendi os adjectivos,
Mas continuo a estudar,
Pois saem nos testes sumativos.


Joana Figueiredo 7ºB nº11

sexta-feira, 19 de março de 2010

Arroz do céu

No último teste de avaliação os alunos do 7ºA foram convidados a resumir o conto: «Arroz do Céu» de José Rodrigues Miguéis. Para tal deveriam usar obrigatoriamente as palavras seguintes: solidão, amor, branco, escuro, igreja, família, rua, arroz, abundância, metro e fome. Aqui ficam alguns dos textos produzidos.


Este conto relata a história de um limpa-vias que era estrangeiro e imigrante da Estónia ou da Lituânia, que vivia na cidade de Nova York e que trabalhava no subway, um sítio escuro, por onde passava o metro. No Uptown, um lugar completamente diferente do subway, havia na esquina de uma rua, uma imponente igreja, onde se costumavam realizar casamentos. Habitualmente, no fim da cerimónia os convidados costumavam atirar arroz aos noivos porque no Uptown havia arroz em abundância. No fim da cerimónia o arroz branco e polido era varrido para os respiradouros que iam dar a uma imensa solidão, no subway. O limpa-vias encontrava-o, apanhava-o do chão imundo e viscoso e utilizava-o para alimentar a sua família, porque eram muito pobres e tinham fome, porque mal tinham dinheiro para comprar comida. Naquela família havia muito amor, apesar de não haver dinheiro.
Beatriz Silva


Este conto fala-nos de um limpa-vias. No limpa-vias predomina a solidão, mas também o amor que tem pela sua família. Ele limpa as escuras estações do metro, picando papéis, tirando o chewing gum odioso do chão, polvilhando o piso de um pó branco e misterioso. Até que um dia, reparou que do céu, caia arroz, e resolveu levar para casa, para matar a fome à patroa e aos seis ou sete filhos. Mas, a verdade é que no uptown, ao virar da rua, existe uma imponente igreja onde, frequentemente se realizam casamentos.
Nos casórios, atiram arroz em abundância aos noivos. E é daí que vem o arroz que alimenta o limpa-vias e a sua família.
O céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.

Catarina Pires


Em Nova York existia o metro onde trabalhava o limpa-vias. Ele era um homem que passava o dia a trabalhar no Subway escuro e solitário. Por cima do Subway ficava o Uptown que era separado do Uptown pelos respiradouros por onde caiam moedas etc.
O limpa-vias já trabalhava há muitos anos no Subway sempre na solidão. Ele raspava das plataformas o chewing gum odioso e polvilhava as vias de um pó branco e misterioso. Certo dia reparou que pelos respiradouros caiam pequenos grãos de arroz que pareciam pérolas. Ele começou a juntar todos os bagos e meteu-os no seu fato de macaco, chegou a casa e deu à patroa para apagar a fome aos seus filhos. A família enchia a barriga com o bocado de arroz que ele trazia. Mal ele sabia que o arroz vinha das ruas de Nova York ali por cima do Subway ficava a Igreja de S.João Baptista e do Santíssimo Sacramento era de lá que vinha o arroz em abundância ele pensava que era uma dadiva de Deus por isso rezava com muito amor a Deus para que lhe desse sempre aquele bocado de arroz, por isso o céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.


José António


Este conto relata a história de um limpa-vias que era imigrante da Estónia ou Lituânia, que vivia na cidade de Nova Iorque e que trabalhava no subway. A cidade de Nova Iorque divide-se em dois mundos distintos o subway e o Uptown. O limpa-vias pertence ao subway, dentro de si existia uma solidão e tinha amor à sua família. No Uptown há uma imponente igreja a de São João Baptista e a do Santíssimo Sacramento onde se realizavam casamentos nos quais se atiravam arroz branco com abundância aos noivos, que no final das cerimónias era varrido para os respiradouros do metro, aparecendo desta forma no subway. No subway, o limpa-vias apanhava e aproveitava o arroz do chão escuro e levava-o para alimentar a sua família num cartucho de papel. Antes de terem arroz para se alimentarem passavam fome. O limpa-vias não tem qualquer conhecimento do que se passa no Uptown, não tem noção da realidade.
“O Céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam”.

Cláudia Sousa

segunda-feira, 15 de março de 2010

Dia do Pai




19 de Março

Ter um Pai! É ter na vida
Uma luz por entre escolhos;
É ter dois olhos no mundo
Que vêem pelos nossos olhos!

Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!

Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão;

....
FLORBELA ESPANCA


O meu pai completa a minha vida.
O meu pai pode realizar os meus sonhos.
O meu sabe sempre animar-me nos dias mais cinzentos.
O meu pai é o meu herói!
O meu pai faz tudo por mim.
O meu pai faz-me sorrir todos os dias.
O meu pai sabe como lidar com os problemas.
O meu pai consegue fazer-me feliz.
O meu pai é o meu melhor amigo.
O meu pai é o meu orgulho!
O meu pai é …o MEU PAI!



Trabalho colectivo da turma H do 7º Ano

Sugestões de Leitura:


- Para o meu Querido Pai, Texto Editora
- Pai há só um! Adam, Gradiva
- O Meu Pai, Anthony Browne, Caminho
- Pai, uma antologia literária, 101 noites
- Os livros que devoraram o meu pai, Afonso Cruz, Caminho

Visita de estudo

No passado dia 28 de Janeiro de 2010, as turmas de 7º ano foram ao teatro, assistir à representação da peça “O Cavaleiro”, uma adaptação da obra de Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca.

Partimos por volta das 9h00, em três autocarros, acompanhados pelos nossos professores.
Durante o percurso, a agitação e a ansiedade eram grandes.

Chegados ao Auditório de S.Mamede, em Perafita, aguardámos, com expectativa, a entrada na sala de espectáculos, o que aconteceu pelas 10h15.

Durante 90 minutos que assistimos, entusiasmados, ao desfile de personagens e cenários.
Vozes, risos e sorrisos documentavam a nossa satisfação no final.

Foi uma experiência muito positiva.
A peça de teatro foi muito interessante e divertida.




Ana – Nº2 / Cátia – Nº5 / Inês – Nº10 7.ºH

quarta-feira, 3 de março de 2010

Resumo "Saga"

Esta obra retrata a vida de um jovem natural da ilha de Vig que desejava ser marinheiro, pois há já várias gerações que a sua família mantinha contacto com o mar, levando a que um enorme fascínio crescesse dentro de si.
Hans vivia com a sua família, constituída pela sua irmã Cristina, a sua mãe Maria e pelo seu pai Soren. Este último, devido à trágica morte dos seus irmãos, que naufragaram, opunha-se fortemente à vontade do filho.
Vendo que o pai nunca o deixaria concretizar o seu sonho, Hans fugiu no “Angus”, cargueiro inglês que havia atracado em Vig. Hans viajou durante alguns meses como grumete nesse navio, mas devido a uma desavença com o capitão, abandonou-o vagueando pelas ruas da cidade desconhecida, que mais tarde se revelaria a cidade Invicta.
Numa das suas explorações pela cidade, Hans conheceu um inglês, chamado Hoyle que o acolheu em sua casa, educando-o, pois via nele o reflexo da sua juventude e dos seus sonhos, há muito esquecidos.
Com a ajuda do velho inglês, Hans aprendeu tudo sobre a arte de navegar, tornando-se capitão dos navios de Hoyle.
Mais uma vez, o destino atraiçoou-o, com a morte do seu amigo. Mas, sempre que se fecha um porta, abre-se um janela. Hans seguiu com a sua vida e casou-se com uma jovem minhota, Ana, que tinha semelhanças com as mulheres da sua terra.
O agora homem de negócios, foi construindo a sua família. Teve sete filhos, mas o primeiro a quem deram o nome de Soren, morreu pouco antes do baptizado.
Os anos foram passando, a sua família aumentando. Hans já não era um jovem aventureiro e destemido que sonhava ser marinheiro, mas um experiente homem de negócios. Mesmo assim o gosto pela mar nunca se perdera, nem as saudades da sua família, nem o desejo de regressar á sua terra.
No contacto que travava com os “lobos do mar”, Hans sonhava cada vez mais com o regresso. Embora soubesse que não seria recebido pelo pai, que segundo as cartas que a mãe escrevera nunca o perdoara.
A mãe morreu. Hans escreveu ao pai, mas dele nunca veio reposta.
Com o passar dos anos, Hans foi perdendo a esperança do regresso.
No tempo das últimas camélias, adoeceu e durante sete longos dias todos acreditavam na sobrevivência, mas tal não aconteceu.
De realçar, que o último desejo de Hans fora ter um navio naufragado na sua sepultura, talvez para descrever o fracasso do sonho, que nunca se concretizara.
Reza a história, que nos dias de temporal, Hans navega com esse navio, para consumar o tão esperado regresso, para Vig, a Ilha!

História escrita por Sophia de Mello Breyner Andresen

Trabalho realizado por: Rita 8ºA