domingo, 15 de novembro de 2009

As orelhas Cãopridas

Há muitos anos atrás, numa ilha muito estranha, havia um cão com umas orelhas enormes. Todos os seus irmãos mais novos o gozavam. Odiava sair à rua devido às orelhas que quase chegavam às suas pequenas patas.
Farto de ser gozado por todos, decidiu sair de casa e deixar os seus irmãos mais novos para trás.
Viajou por muitos sítios até que reparou numa bela cadela de cor acastanhada. Olhou para as suas orelhas e eram tão grandes como as dele. Ficou espantado. Afinal não era o único a ter as orelhas enormes!
Foi então que entrou numa pequena cidade e reparou nas orelhas de todos os outros cães, e eram super grandes! Conheceu outros cães iguais a ele.
Já com saudades da sua família decidiu voltar, mas levou consigo um amigo. Quando chegou a casa, todos ficaram muito felizes por ele ter voltado. Analisando bem cada um dos seus irmãos mais novos, verificou que as orelhas deles estavam ligeiramente mais compridas. Os seus irmãos contaram-lhe que era uma raça muito rara chamada “Orelhas Cãopridas”.
Maria Inês Rodrigues 8ºA

O Esquecimento de Ana

Numa tarde de sol, Ana e as suas amigas estavam no parque a conversar sobre a futura festa de aniversário de Isabel. Falavam sobre os seus presentes que já tinham comprado para esta e também sobre algumas ideias que tinham para a tão inesperada festa.
Ana tinha se esquecido completamente de comprar o presente para a sua melhor amiga e tão pouco dessa festa. Ana estava preocupada. Decidiu, então, ir ao shopping comprar o seu presente para Isabel. As amigas estranharam a sua saída repentina e perguntaram porquê que se ia embora tão cedo. Ana inventou uma pequena mentira porque não podia dizer que se tinha esquecido de comprar o presente para a sua melhor amiga. Era uma vergonha.
Já no shopping, Ana encontrou lindos presentes, mas todos muito caros. Como estava a ficar tarde decidiu ir para casa, muito decepcionada. Mas não ia desistir. No dia seguinte, depois das aulas ia outra vez ás compras.
Em casa, depois do jantar, Ana decidiu ir para o MSN, e lá estava Isabel online. Isabel disse-lhe “olá”, mas Ana com tanta vergonha de se ter esquecido do dia de aniversário de Isabel, não lhe respondeu, desligou o computador e foi-se deitar.
No dia seguinte, Ana não falou para Isabel e ao almoço nem teve apetite, o que não costuma acontecer, disse simplesmente que a comida estava salgada. Depois da escola, como tinha dito, foi de novo ao shopping e passado algum tempo tinha encontrado o presente ideal. Uns lindos sapatos brancos de ballet, para ela dançar e dançar. Se não sabem, Isabel adorava dançar e tinha aulas de ballet.
Chegado o seu aniversário, Isabel, com todas as amigas em casa dela, sentia-se triste porque ainda faltava a sua amiga Ana. De repente ouviu-se alguém a bater à porta. Era a Ana. Isabel ficou aliviada porque pensou que Ana já não vinha. Logo Ana lhe explicou o porquê de ter reagido daquela maneira na escola. Isabel percebeu tudo e disse que esta tinha sido uma tonta, mas logo foram dançar e arrebentar balões.
Ana Beatriz 7ºA

O cãopanheiro do homem

O Bucky era um cãozinho traquina. Passava o tempo a brincar, sem sequer se aperceber da destruição que causava na casa dos seus donos.
Eram pessoas humildes e, embora quisessem ficar com ele, não tinham possibilidades para arcar com as despesas dos seus estragos.
O Bucky foi crescendo e continuava cada vez mais traquina, as suas brincadeiras pareciam não ter fim, assim como os estragos que causava, e o inevitável aconteceu...
Um dia, o Bucky notou algo estranho no comportamento dos seus donos, olhavam para ele com uns olhos que demonstravam tamanha tristeza, que até lágrimas deles caíam.
Entraram no carro e chamaram o Bucky, que desatou a correr, pensando que seria mais um dos seus passeios ao parque.
Mas, desta vez, o caminho por onde iam era diferente. Para onde será que o levavam?
O carro parou. A dona abriu a porta, mas o Bucky, assustado, não saiu, obrigando-a a pegar nele. Deixou-o no passeio em frente, numa rua, algures em Portugal. O carro seguiu caminho e o Bucky, sem saber o que se passava, correu atrás dele mas, já não valia a pena, o carro já ia longe e as suas forças esgotavam-se. Soltou um latido em sinal de desespero.
Ao ouvir semelhante ruído, uma senhora veio à janela. Sentiu pena do Bucky e levou-o para sua casa.
Nos primeiros dias, o Bucky quase não comia, sentia-se triste e rejeitado, mas, com o passar do tempo, a fome ia apertando e ele viu-se forçado a comer.
Foi ganhando confiança na senhora e, desde então, passou a fazer-lhe companhia, tanto em casa, como nos seus passeios, divertindo-a com as suas brincadeiras, como forma de retribuir a amizade dela.
Quando a senhora ficou velhinha, o Bucky ajudou-a ainda mais, atacando quem tentasse fazer-lhe mal.
O Bucky também envelheceu, mas, sem nunca parar de fazer as suas traquinices, apesar de já não poder fazer algumas pois a idade disso o impedia.
O Bucky acompanhou a senhora até ao fim da sua vida, sem nunca se esquecer da boa dona que ela tinha sido, mas, consciente de que também tinha sido um bom companheiro e que entre ambos tinha existido uma grande amizade!
Zita Lucas 8ºA

Num dia de sol

Num dia de sol, a Lua foi a uma festa, uma grande festa com os seus pais, era um baile à beira-mar, sentia-se o cheiro do mar salgado, as pessoas só pensavam em dançar e dançar, a Lua estava farta de lá estar, por isso foi passear pelas rochas, depois Lua sentou-se a olhar o mar.
Passado uns minutos, chega, do céu, um balão, e pára mesmo aos pés da Lua, e de lá sai um animal, um animalzinho que Lua nunca tinha visto. Ele saiu do balão e disse:
- Eh Lua, preciso da tua ajuda, tu foste a rapariga escolhida pelos meus chefes para ires comigo no meu balão à minha terra, para salvares o rei.
- Mas que se passa? Já agora como sabes o meu nome? - pergunta Lua muito interrogada.
- Eu chamo-me Veicho, os meus chefes têm uma câmara em que vêm tudo que os cidadãos desta cidade fazem, e tu foste a melhor, a escolhida. Vem comigo no meu balão e lá conto-te melhor.
Então lá foram os dois naquele balão branco e gigante. Veicho explicou:
-Sabes Lua, o rei Marte foi raptado pelo rei dos Maus, que é a pior cidade deste planeta, o rei dos Maus está sempre a arranjar mentiras, e mapas que não são reais para perdermos guerreiros.
- Oh, isso é muito mau, ajudo-vos no que poder. - disse Lua.
Por fim chegam á cidade do Veicho, e ele levou-a ao trono do irmão do outro rei, que se chamava Eureicico.
Eureicico, pediu muito a Lua para ir ao palácio do rei dos Maus dar uma poção que fizesse o rei adormecer e lhe roubasse a chave da prisão. Assim, fez-se de escrava e deu a poção ao rei, e ele adormeceu, Lua roubou-lhe a chave, correu para a beira de Veicho e eles foram à prisão e soltaram o rei Marte.
Voltaram para o palácio todos contentes, sorrindo. No palácio os reis agradeceram muito à Lua, até lhe deram um troféu, depois a Lua e Veicho voltaram para a beira-mar no balão, eles ficaram amigos para sempre, e sempre que possível Lua visita os reis e o seu amigo Veicho.
Catarina Rocha 7ºA

O meu cãoputador

Naquelas raras vezes em que o dia estava extremamente chuvoso, mais exactamente uma tempestade, éramos quase “obrigados” a ficar em casa. Nesses dias não havia escola pois não tinha as devidas condições, e nós que morrêssemos de tédio em casa. Lá fazíamos o que podíamos para nos distrairmos. Televisão, playsation, computador, música e Net eram algumas das nossas actividades.
Bom, hoje era um desses dias. Estava eu em casa, no meu computador, na Net. Os sites estava “secos”, parecia até que tinham sido afectados pela camada cinzenta da tempestade (como se isso fosse possível, devia estar mesmo a imaginar coisas). Outra coisa inexplicável era o meu terrível cansaço, pois nos últimos dias não tinha feito nenhum exercício de especial, a não ser subir e descer escadas, já que podia sair de casa.

***

Não sabendo como aconteceu, espreguicei-me e olhei à minha volta. Foi aí que me sobressaltei! O que acontecera ao meu computador? Um computador (se é que podia chamar assim) em forma de cão? A primeira impressão foi de preperlexidade, mas depois de olhar com mais atenção, ele era tão querido! O dorso servia de teclado, a sua patinha direita servia de rato e os seus adoráveis e gigantes olhos transmitiam o monitor. Que encantador! Mas ainda assim não sabia a resposta mais importante: O que aconteceu?
Saí da cama e fiz uma ronda à casa. Estava exactamente igual à minha, à excepção do meu agora cãoputador. Fitei-o e ele fitou-me. Iluminou-se nos seus olhos de monitor, o meu rosto pasmado. Fiquei ali. Pensei no que haveria de fazer, e foi então que me lembrei de experimentá-lo eu própria.
Fui até junto dele, mas sentia-me prestes a entrar em pânico: o que iria eu fazer? Nunca tinha trabalhado com um cãoputador! E se o magoasse, ele magoava a mim? Devia pedir-lhe para experimentar? Não pensando em mais nada, fui até junto dele e perguntei:
- Posso?
Ele fez um aceno solene, permitindo-me avançar. Coloquei a minha mão sobre o seu rato-pata e deslizei pelo edredão da cama. Que sensação extraordinária! Aquele deslize até podia ser comparado ao deslizar de um patinador profissional rápido, seguro e extremamente natural. Foi assim com o resto dos instrumentos do meu novo cãoputador. Eram sensações fantásticas!
Voltei a olhar para o relógio, eram quase 22.00h. Como o tempo tinha passado a voar, ou neste caso, a ladrar.
Ao mesmo tempo que via as horas, sentia a suavidade do edredão nas palmas das minhas mãos. Tinha de certificar-me que tudo isto era real.
Não o deveria ter feito!

***

Foi nesse instante que voltei a acordar, com os gritos de repreensão da minha mãe. Ela resmungava por ainda estar acordada. Olhei o relógio, 22 em ponto. Parecia tudo igual ao momento anterior, à excepção de… O meu cãoputador tinha voltado ao normal!
Nesse momento, encontrei a resposta à pergunta mais fulcral de todas: O que me tinha acontecido? Aparentemente adormeci devido ao cansaço e a tempestade alterou os meus sonhos, moldando-os com uma imaginação incontrolável.
Olhei a janela. O céu estava negro e calmo. Avistavam-se as estrelas. Reflecti durante um longo momento sobre o que se tinha passado. Entretanto, cheguei à conclusão que não valia a pena. Com o céu limpo e eu morta de cansaço, queria era dormir!
Abri o edredão, coloquei as almofadas, enrosquei-me nos lençóis como um chouriço e fechei os olhos.
- Boa noite!
Rita Silva 8ºA