domingo, 15 de novembro de 2009

O cãopanheiro do homem

O Bucky era um cãozinho traquina. Passava o tempo a brincar, sem sequer se aperceber da destruição que causava na casa dos seus donos.
Eram pessoas humildes e, embora quisessem ficar com ele, não tinham possibilidades para arcar com as despesas dos seus estragos.
O Bucky foi crescendo e continuava cada vez mais traquina, as suas brincadeiras pareciam não ter fim, assim como os estragos que causava, e o inevitável aconteceu...
Um dia, o Bucky notou algo estranho no comportamento dos seus donos, olhavam para ele com uns olhos que demonstravam tamanha tristeza, que até lágrimas deles caíam.
Entraram no carro e chamaram o Bucky, que desatou a correr, pensando que seria mais um dos seus passeios ao parque.
Mas, desta vez, o caminho por onde iam era diferente. Para onde será que o levavam?
O carro parou. A dona abriu a porta, mas o Bucky, assustado, não saiu, obrigando-a a pegar nele. Deixou-o no passeio em frente, numa rua, algures em Portugal. O carro seguiu caminho e o Bucky, sem saber o que se passava, correu atrás dele mas, já não valia a pena, o carro já ia longe e as suas forças esgotavam-se. Soltou um latido em sinal de desespero.
Ao ouvir semelhante ruído, uma senhora veio à janela. Sentiu pena do Bucky e levou-o para sua casa.
Nos primeiros dias, o Bucky quase não comia, sentia-se triste e rejeitado, mas, com o passar do tempo, a fome ia apertando e ele viu-se forçado a comer.
Foi ganhando confiança na senhora e, desde então, passou a fazer-lhe companhia, tanto em casa, como nos seus passeios, divertindo-a com as suas brincadeiras, como forma de retribuir a amizade dela.
Quando a senhora ficou velhinha, o Bucky ajudou-a ainda mais, atacando quem tentasse fazer-lhe mal.
O Bucky também envelheceu, mas, sem nunca parar de fazer as suas traquinices, apesar de já não poder fazer algumas pois a idade disso o impedia.
O Bucky acompanhou a senhora até ao fim da sua vida, sem nunca se esquecer da boa dona que ela tinha sido, mas, consciente de que também tinha sido um bom companheiro e que entre ambos tinha existido uma grande amizade!
Zita Lucas 8ºA

Sem comentários:

Enviar um comentário